Organização Meteorológica Mundial diz que, apesar do La Niña, temperaturas foram 0,4ºC acima da média entre 1961e 1990
As temperaturas globais em 2011 atingiram o décimo primeiro nível
mais alto já registrado na história, apesar do resfriamento influenciado
pelo fenômeno La Niña, disse a Organização Meteorológica Mundial (OMM)
nesta sexta-feira (23).
A temperatura média durante esta década foi de 14,46 graus
centígrados, contra 14,25 graus em 1991-2000 e 14,12 graus em
1981-1990. Trata-se da temperatura média na superfície do globo
incluindo terra e mar.
Na média, as temperaturas globais em 2011 foram menores que o nível do
recorde atingido no ano anterior, mas ainda ficaram 0,4 graus
centígrados acima da média entre 1961-1990, afirmou o relatório.
"O mundo está aquecendo por causa das atividades humanas e isto está
resultando em um impacto de longo alcance e potencialmente irreversível
para nossa Terra, atmosfera e oceanos", disse o secretário-geral da OMM,
Michel Jarraud.
Segundo a OMM, "o retrocesso espetacular e constante da camada de
gelo da Antártida" é uma das principais características da evolução do
clima nos últimos dez anos.
O La Niña, fenômeno climático natural ligado a fortes chuvas e
enchentes na região Ásia-Pacífico e América do Sul e seca na África,
estava ativo no oceano Pacífico tropical até o último mês de maio.
Estes dados fazem parte de um informe cujos primeiros elementos foram
publicados hoje, e que será publicado em sua totalidade durante 2012.
Em relação à década 2001-2010, o ano de 2010 foi o ano mais quente
observado desde 1850, data dos primeiros registros, com uma média de
14,53 graus seguida de perto por 2005 (14,51 graus).
A década também foi marcada por fenômenos extremos, como inundações, secas, ciclones, ondas de frio e de calor.
Uma onda de calor excepcional afetou a Europa em 2003 e outra a
Rússia em 2010, com consequências catastróficas. "Milhares de pessoas
morreram, e as regiões afetadas precisaram enfrentar incêndios
florestais devastadores", apontou o estudo da OMM.
Uma onda de calor excepcional afetou a Europa em 2003 e outra a Rússia em 2010,
com consequências catastróficas. "Milhares de pessoas morreram, e as
regiões afetadas precisaram enfrentar incêndios florestais
devastadores", apontou o estudo da OMM.
Em relação às inundações, a entidade lembrou as da Europa Oriental em 2001 e 2005, as da África em 2008, e as do Paquistão e Austrália em 2010.
Quase a metade dos países estudados pela OMM durante esta década (48
de 102) declararam que seus recordes de calor absolutos foram
registrados neste período.
Quando aos ciclones, sua atividade foi recorde na região do Atlântico
Norte. O furacão Katrina de 2005 foi o que custou mais caro aos Estados
Unidos, com um balanço humano de 1.800 vítimas.
Em 2008, o ciclone tropical Nargis provocou a morte de mais de 70.000
pessoas em Mianmar. "É a pior catástrofe natural que Mianmar já
conheceu e o ciclo tropical mais letal de toda a década", afirmou a OMM.
Fonte: Ig São Paulo