Brice Lalonde disse que agora é hora de por em prática ações e soluções que estavam apenas em palavras
O coordenador-executivo da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável), Brice Lalonde, disse nesta
quinta-feira (22) que o Brasil deveria assumir a liderança “tendo jovens
tão entusiastas com a sustentabilidade”.
“Para mim, a Rio+20 será uma oportunidade. Muitas pessoas querem
ação, não só palavras. Agora é hora de por em prática. Porém, ações e
soluções vêm das pessoas e dos chefes de estado e não só dos
diplomatas”, disse Lalonde.
“Eu espero que na Rio+20 todos os países cheguem a um acordo de
trabalho que possa ser cumprido nos próximos 20 anos e que as nações
criem objetivos para atingir uma economia sustentável tratando também de
alimentos, energia e solidariedade social para que se tome decisões
sustentável em todos os níveis”, disse.
Ele afirmou que na ECO 92 as pessoas achavam que o problema em
relação à sustentabilidade era que ninguém se preocupava em cuidar da
natureza e do planeta. “Depois da conferência, vimos que tudo era ainda
mais complicado pois, a realidade é mais difícil do que pensávamos
naquele momento”, disse.
O ex-ministro de Ambiente da França disse também que não é possível
falar de desenvolvimento sustentável com corrupção. Lalonde afirmou que
governança será um dos temas da Rio+20 e que a partir a conferência
pretende combater a corrupção. “Isso não é a solução para o problema,
mas ajuda em grande parte”, disse.
Questionado sobre a proposta de criação de um novo órgão na ONU para o
Meio Ambiente, nos moldes da Organização Mundial da Saúde (OMS),
Lalonde disse que a iniciativa é essencial para que países possam
estabelecer prioridade sobre o assunto. “Neste momento nós só temos um
programa e por meio dele os países não podem tomar decisões. Eles acabam
criando convenções à medida que vão encontrando um problema. O que
precisamos é de um lugar para tomar boas decisões, mas não podemos
confrontar desenvolvimento e meio ambiente, nós precisamos de uma
agência de Meio ambiente com um conselho de desenvolvimento
sustentável”, disse.
Por Maria Fernanda Ziegler
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